Solenidade de Maria, Mãe de Deus

A mais antiga devoção mariana encontrada na tradição cristã, tanto do Ocidente quanto do Oriente, é o culto à Maria como Mãe do Verbo encarnado. Desde os primórdios da Igreja ela foi reconhecida como a "Teotokos", palavra grega que significa "Mãe de Deus". Os povos sempre veneraram Maria, por compreenderem que através de sua maternidade, Deus iniciou o grande mistério de redenção da humanidade.

O concílio de Éfeso (431) definiu explicitamente que Maria é "Mãe de Deus" (Teotokos - DS 113). Sua intenção era afirmar a unidade da pessoa de Cristo. Reconhecer Maria como mãe de Deus significa, de fato, professar que Cristo, filho de Maria segundo a geração humana, é Filho de Deus e Deus ele mesmo. "Deus", na expressão "Mãe de Deus", designa unicamente a pessoa do Filho e essa expressão justifica-se pelo fato de que cada mulher é mãe não só do corpo, mas, também da pessoa de seu filho. Teotokos, teologicamente, não significa, contudo, genitora da divindade, mas, sim, geradora do Verbo encarnado.

A maternidade de Maria constitui seu título mais glorioso, e não interessa somente a ela, mas a todo o povo de Deus. Maria é o meio escolhido por Deus para a encarnação de seu Filho. Os caminhos de Deus e da humanidade cruzam-se nela. O que valoriza a participação de Maria é sua liberdade: livremente concede a Deus o seu "sim".

Este dogma tem profundas e sólidas referências bíblicas. É com o título de "Mãe" que Maria é chamada, na maioria das vezes, no Novo Testamento. Para os Evangelhos, Maria é, fundamentalmente, a Mãe de Jesus. Mateus afirma a maternidade divina de Maria (cf Mt 1,18-25): o anjo anuncia a José que aquele que vai nascer "salvará o seu povo de seus pecados." (Mt 1,21) Lucas descreve a maternidade divina de Maria por meio de significativos símbolos: "O Espírito Santo descerá sobre ti, e a força do Altíssimo te envolverá com a sua sombra." (Lc 1,35).

Os concílios ecumênicos procuram esclarecer alguns pontos controvertidos da doutrina da encarnação de Jesus Cristo, sua pessoa, sua natureza divina e humana.
O concílio de Constantinopla I (381) declarou: "E se encarnou do Espírito Santo e de Maria Virgem." O Espírito Santo e Maria deram origem a Jesus.

O Concílio de Éfeso (431) declarou que Maria é a Teotókos; 
o Concílio de Calcedônia (451): "O Filho que antes dos séculos é gerado pelo Pai segundo a divindade, do mesmo modo, nos últimos dias, por nós e por nossa salvação, é gerado por Maria virgem Mãe de Deus segundo a humanidade.".(DS 301); e o concílio Vaticano II (1962-1965) declarou que a maternidade de Maria é a chave explicativa do seu mistério e missão; é a base de toda a mariologia.

Reconhecer Maria como Mãe de Deus significa professar que Jesus, o carpinteiro de Nazaré, o crucificado, filho de Maria segundo a geração humana, é Filho de Deus e Deus mesmo.

Proclamar Maria Mãe de Deus significa afirmar que, realmente, o Reino "já está no meio de nós" (Lc 17,21; Mt 4,17). Deus está dentro da nossa história e é um dos nossos, tendo assumido tudo, menos, evidentemente, o pecado. Maria é aquela que, em nosso nome, colaborou para que isso acontecesse.

Destaca-se, neste dogma, a grandeza do mistério da mulher: ela é a fonte da vida. Tendo Jesus nos assumido como irmãos, Maria é também Mãe de todos os viventes. Sendo o rosto de Deus formado da carne de Maria, em cada mulher Deus deixa transparecer seu rosto.
O Cântico de Maria
O Cântico de Maria

A partir de um chamado forte ao meu coração de deixar-me ser mais envolvido aos cuidados de Deus, como que respondendo um novo sim ao Projeto do Reino surgiu então O Cântico de Maria.

Nenhum comentário:

Postar um comentário