Na Sexta-feira Santa, segundo dia do Tríduo Pascal e, por tanto inseparável do mistério da passagem da morte para a vida, meditamos no poder da Cruz e da morte redentora de Jesus. Dia de sereno e tranquilo silêncio, para mergulharmos de cheio na paixão solidária do Senhor, que nos resgatou, e valeu-nos vida nova e em abundância. Superando todo dolorismo e fatalismo, a contemplação da morte martirial e sacrificial de Cristo , nos convida a renovar a esperança na força do amor-doação que como o grão de trigo enterrado na terra, germina para comunicar a vida plena, ilimitada a que somos chamados pelo Pai.
Sexta-feira Santa, dia da fidelidade e obediência até o fim, dia da missão cumprida e consumada, da vitória sobre as forças do mal, da opressão e da morte. É pena que muitos permaneçam na visão do Cristo morto e sepultado, esquecendo como Ele mesmo revelara aos discípulos de Emaús que era necessário que o Salvador sofresse para assim mostrar a vontade amorosa do Pai, de libertar e reunir aos seus filhos. Jesus morre por cada um de nós, descortinando o sentido da vida e o preço do pecado. Cabe a nós cristãos, seguir o mesmo caminho, oferecendo nossa vida, testemunhando a misericórdia e a ternura do Deus de Jesus Cristo, acreditando na Cruz salvadora, sinal eficaz de libertação e redenção de todas as manifestações do sistema da iniquidade e da injustiça, tornando-nos verdadeiramente livres e servidores especialmente daquelas vitimas do tráfico humano e excluídas do banquete da vida.
Bendita e louvada Cruz, trono real da misericórdia infinita, da caridade fraterna e solidária, manancial e torrente de paz e de graças para toda humanidade. Que possamos sob a inspiração e amparo da Cruz, perseguir a mesma causa de Jesus, prosseguir o seu mesmo caminho e missão, para conseguir também a sua vitória e ressurreição. Deus seja louvado!
Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
CNBB
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