Igreja Paroquial e Igreja sem Paróquia

A Igreja Paroquial teve início no século IV. Adquiriu estrutura no século XI e foi confirmada no século XVI, no Concílio de Trento. Continua sendo a estrutura paroquial adotada, ou seja: conta mais de 800 anos e ainda vigora, teve pouca mudança. Funciona em cinco dimensões básicas: território, poder, economia, pastoral e culto. O território confere a ela visibilidade e limites. O poder é exercido pelo pároco, personagem central na sua administração e culto; quase tudo depende dele. A economia é gerida pelo dízimo e ofertas dos fiéis. A pastoral, dirigida pelo pároco, é obra atribuída aos leigos, que se sentem podados, inseguros e sem ações criativas e efetivas. São auxiliares do pároco, receptores passivos. O culto está voltado para a administração da Palavra e dos sacramentos.

A Igreja sem Paróquia nasceu na comunidade de Jerusalém, com o evento de Pentecostes. Ampliou-se pelo Oriente, foi fortalecida no século IV, com o monasticismo, e no século XIII com o franciscanismo. É a Igreja das Associações, Movimentos, Pequenas Comunidades, Congregações, CEBs, Ordens Terceiras, etc. Não se prende aos limites paroquiais e diocesanos. É, em sua maioria, constituída por leigos, que se sentem livres e autônomos na vivência da fé. Os leigos dialogam, são interlocutores e evangelizam a seu modo, com seu linguajar e cultura própria. Sentem-se responsáveis diante do povo e exercem protagonismo missionário intenso. Os padres são valorizados, mas tudo está a cargo principalmente dos leigos. Esse tipo de Igreja tem grande participação dos jovens e cresce cada vez mais no Brasil.

Muitas análises eclesiais baseiam-se nas estruturas paroquiais. O mundo eclesial é mais amplo do que a paróquia. O futuro da Igreja pode estar além da paróquia, ou situar-se em um modelo paroquial que seja totalmente novo.

Padre Gelson Luiz Mikuzka, C.Ss.R.


O Cântico de Maria
O Cântico de Maria

A partir de um chamado forte ao meu coração de deixar-me ser mais envolvido aos cuidados de Deus, como que respondendo um novo sim ao Projeto do Reino surgiu então O Cântico de Maria.

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