Devoção Mariana

A devoção mariana é o culto que nós prestamos a Nossa Senhora, a Mãe de Deus e nossa Mãe. Nós honramos Maria com culto especial. “Por graça de Deus exaltada depois do Filho acima de todos os anjos e homens, como Mãe Santíssima de Deus, Maria esteve presente aos mistérios de Cristo e é merecidamente honrada com culto especial pela Igreja” (Concílio Vaticano II. L. G., nº. 66).

A devoção mariana difere-se da adoração. Enquanto a adoração constitui o culto tributado exclusivamente a Deus, reconhecendo nele o Criador, o Senhor e o Salvador, a devoção Mariana é a veneração especial que fazemos a Maria, dentro da comunhão dos santos. Esta devoção mariana “difere essencialmente do culto de adoração que se presta ao Verbo encarnado e igualmente ao Pai e ao Espírito Santo, e o favorece poderosamente” (Concílio Vaticano II. L. G., nº. 156). A devoção mariana faz parte da vida e espiritualidade da Igreja. Desde os primeiros tempos da história da Igreja, Maria é venerada pelos cristãos com o título de Mãe de Deus, sob cuja proteção se refugiam. A partir do Concílio de Éfeso (421), o culto do povo a Nossa Senhora cresceu muito em veneração e amor, invocação e imitação. Mãe do Redentor, a Virgem Santíssima “está unida de modo especial com a Igreja, que o Senhor constitui como seu corpo” (João Paulo II. Redemptoris Mater, nº. 66).

Atitudes dos devotos diante da Mãe de Deus

É muito importante considerar as atitudes dos devotos diante da Mãe de Deus. Nossa devoção marianas se manifesta por meio de atitudes, entre as quais destacamos: veneração, amor e gratidão, invocação e imitação. Uma primeira atitude é nossa veneração para com a Mãe de Deus. Tal veneração é um aspecto importante do culto mariano. Após sua vida de amor a Deus e de serviço aos homens, Maria, que viveu sua santidade na terra, está junto de Deus. Reina com Jesus Cristo e merece a lembrança carinhosa dos cristãos.

A “veneração lhe é devida pela sua dignidade e santidade, pelo seu compromisso no seguimento de Cristo, pelo seu serviço prestado na história da salvação durante toda a sua vida” (Salvadore Meo, professor de Teologia e de Mariologia).

Veneramos Nossa Senhora mediante orações e tendo palavras de honra e respeito para com ela em nossos lábios. Procuramos participar ativamente das festas litúrgicas em louvor da Virgem Maria e dedicamos nossa homenagem a ela através de imagens e de seus ícones. Cultuamos a nossa Mãe fazendo nossas peregrinações, quer sozinhos ou em grupo, aos santuários e a outros lugares marianos de piedade. 

Amor e gratidão

Outra atitude nossa é demonstrar nosso amor e gratidão a Nossa Senhora. Temos carinho por ela e lhe agradecemos sempre por sua contribuição singular na redenção da humanidade. Como Mãe, ofereceu Jesus Cristo aos homens. Sua caridade imensa é continuada por sua maternidade espiritual. Ela a Mãe dos seres humanos na ordem da graça.

Em nossa devoção, exprimimos nossa gratidão e amor pela Mãe do Salvador de maneira interior e exterior. Interiormente, amamos Maria com nossa inteligência, formulando boas reflexões e aceitando as verdades de fé a respeito dela, propostas pela Igreja. Nossas idéias e decisões, bem orientadas, manifestam seu desvelo por ela. Também comunicamos este afeto exteriormente, por suas palavras e obras.

Invocação

A invocação de Nossa Senhora também caracteriza nossa a atitude devocional. Invocar significa solicitar a proteção da Mãe de Deus porque, em momentos de apuros, nós, seus filhos, recorremos a ela em busca de ajuda e orientação. Durante nossa história, nós nos dirigimos à Maria e suplicamos sua intercessão e auxílio, confiando nela e em sua bondade maternal. O fundamento da invocação é a comunhão dos santos. O que significa isso?

Todo aquele que crê vive em Cristo como criatura nova já nesta terra. Quem está unido a Cristo está, outrossim, em comunhão, por meio dele e nele, com todos os remidos de todos os lugares e de todos os tempos. A comunhão dos santos é a comunhão pela qual vivemos ligados a todos os cristãos vivos no mundo e àqueles que já morreram e que agora vivem conosco em Cristo Ressuscitado, embora não mais na terra. Esses, também em Cristo, estão ligados a nós e intercedem por nós. Por essa razão, o povo cristão, desde o início, cultivou a devoção aos santos e sempre consagrou uma especial devoção à Virgem Maria” (Diogo Luiz Fuitem, franciscano conventual e escritor católico). Por isso, nós podemos invocar o patrocínio dela.

Por causa da confiança que nutrimos na dedicada obra materna de Maria junto aos homens e em benefício deles, suplicamos seu socorro, tanto nas necessidades materiais como espirituais. Nós também esperamos contar com sua intercessão na hora de nossa morte, quando dermos o último respiro para a terra e passarmos para a eternidade.

Imitação

Outrossim, expressamos nosso relacionamento para com Nossa Senhora através da imitação, traço muito caro e expressivo da espiritualidade cristã. Por ser a cristã exemplar, perfeita na vivência do Evangelho, nós imitamos a Mãe de Jesus e reproduzimos seu espírito religioso em nossa conduta concreta.

Lendo e contemplando os gestos e as palavras de Maria nos textos da Bíblia, nós a tomamos como modelo de vida cristã porque nos estimula no seguimento de Jesus Cristo. Com seus exemplos bem concretos, ela nos mostra como buscar a santidade. “Maria é o modelo perfeito a imitar e o símbolo de nossa esperança na eternidade” (Pe. John A. Hardon, escritor catequético). São Gregório de Nissa (335-395), antigo escritor eclesiástico, já dizia com muita razão: “A verdadeira devoção consiste em imitar aquele a quem veneramos”. Se veneramos a Mãe de Deus, procuramos imitar as virtudes que ela tão bem viveu, com todos os desafios de sua época. 

Devoção profunda e constante

Paulatinamente, nós aprofundamos nosso relacionamento com Nossa Senhora mediante nosso amor, nossa invocação, nossa imitação e nossa veneração para com aquela que nos orienta para Deus, princípio e fundamento do culto cristão.

Nossa devoção há de ser sempre baseada na fé, excluindo todo o sentimentalismo alienam.


O Cântico de Maria
O Cântico de Maria

A partir de um chamado forte ao meu coração de deixar-me ser mais envolvido aos cuidados de Deus, como que respondendo um novo sim ao Projeto do Reino surgiu então O Cântico de Maria.

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