Ouço dizer que no mundo há mais de cem mil templos e locais dedicados à lembrança da Mãe de Jesus. Imagino que haja muito mais. Em toda a terra, os católicos sobretudo, mas não só eles, dão à Mãe de Jesus mais de 900 títulos conhecidos. Não conferi nem fui ver. Disse-o um estudioso da piedade popular. Mas não tenho dificuldade em crer nisso. Eu mesmo posso listar mais de 150 títulos que já vi em minhas viagens ou leituras.
Não imagino que exista algum católico que se confunda sobre esse assunto. Todos sabem que as muitas “Nossas Senhoras” são apenas uma: muitas feições de uma só pessoa. Há uma didática do céu sobre isso. E há, na terra, toda uma catequese sobre a Mãe de Jesus com feições diferentes, a depender de onde ela se manifesta. Ela tem todos os rostos e feições e recebe títulos e nomes quase sempre relacionados com o que a imaginam capaz de fazer, ou com lugares ou histórias sobre sua atuação.
Um grande número de devotos é capaz de ter quatro a cinco imagens diferentes de Maria em sua casa. Outros pedem ajuda às imagens, como se pedissem a quatro pessoas diferentes. Não entenderam. Mas há os que entendem e sabem que as muitas feições de Maria são o jeito de cada povo ou cada região de um país fazê-la mais sua mãe.
No céu, onde está com Jesus, imagino Maria a olhar tudo isso com humor e carinho de mãe. Ela talvez diga de algumas imagens o que muitas mães dizem dos desenhos de seus meninos: “Então, para vocês eu sou assim?”.
Do livro Maria do jeito certo, de Paulinas Editora
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